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1 ano de Macário: ”Muita parra e pouca uva”

1. A queixa central: a câmara está falida. É uma realidade a câmara de Faro está cheia de dívidas. Este é o resultado das gestões PS e PSD que sempre dirigiram este município. A política até agora seguida de fazer depender as receitas da construção civil, o descurar do desenvolvimento industrial e agrícola do concelho, o desenvolvimento das grandes superfícies com a destruição do comércio local, as obras mega-lómanas do estádio e do mercado, e as várias empresas municipais, a isso conduziu. Mas, além de cortar nas despesas, não se vêem alterações nesta política.

2. Ataque generalizado aos trabalhadores do município. Estes, por serem o elo mais fraco, foram os primeiros a sentir os efeitos das políticas restritivas. Contra a vontade expressa pela Assembleia Municipal, o Executivo não regularizou a situação dos muitos trabalhadores precários, colocando no desemprego a sua maioria. Na sua sanha persecutória, atacou indiscriminadamente todos os trabalhadores, bons ou maus, acusando-os de não quererem trabalhar. No entanto, a contenção de despesas nos salários dos trabalhadores, não impediu a entrada de novos dirigentes e assessores.

3. A reabilitação urbana não se vê e promete-se mais construção na periferia da cidade. As grandes promessas de desenvolvimento deste executivo são mais construção, com a ocupação da campina e da zona do Pontal. Não se vêem medidas de recuperação do parque habitacional edificado, que além de desenvolver a cidade, melhor serviriam para combater o desemprego e promover o desenvolvimento econó-mico.

4. A mobilidade está na mesma. A pressão do transporte automóvel mantém-se. Apesar das medidas para disciplinar o estacionamento, com algumas das quais concordamos, não vimos medidas que permitam retirar os carros do centro da cidade, desenvolvendo a oferta de transporte colectivo e criando novos parques de estacionamento nos arredores. O aumento das tarifas de estacionamento parece mais feito para aumentar a procura dos parques subterrâneos do que para desincentivar a utilização do automóvel na cidade.

5. É claro que nem tudo é negativo e algumas medidas de gestão corrente, como por exemplo a criação de uma força comum dos Bombeiros, merecem o nosso apoio.

Em resumo: este ano de gestão camarária, para além da resolução dos problemas do dia a dia, pode ser caracterizado por uma gestão da dívida à custa de cortes no pessoal e nos apoios municipais a várias entidades, elaboração de novos regulamentos com aumentos generalizados das taxas, ataque aos trabalhadores do município, mas ainda não se viram medidas que invertam o sentido de desenvolvimento desta cidade, parecendo mais uma aposta nos mesmos erros.