A escola pública merece bons edifícios escolares, que sirvam o ensino. A Parque Escolar apostou em edifícios com toques de luxo, em soluções economicamente irracionais e em opções de baixa funcionalidade.
Materiais de revestimento do chão e paredes caros e de trabalhosa manutenção de limpeza, persianas de elevadores elétricos de manutenção exigente, a demolição de um anfiteatro de construção recente, bem equipado e de dimensões adequadas à escola, para construção de uma nova unidade, são exemplos de desperdícios luxosos da reconstrução da João de Deus.
Mas também a opção por um sistema de circulação forçada do ar por motores elétricos, que, na Secundária de Évora, implicou o gasto, num só período escolar, da verba total do ano para consumo de eletricidade.
E que dizer de uma remodelação que se conclui com menos salas de aulas que o edifício antigo, quando decorre o alargamento da escolaridade obrigatória ao 12º ano? Com laboratórios com uma disposição de bancadas de trabalho que dificulta a vigilância de vinte alunos pelo professor, quando se materiais perigosos? Com tampos de mesas e de bancadas de material que não suporta temperaturas superiores a 50ºC nem o trabalho com ácidos ou bases?
Foi um investimento de 14 milhões - que já terá derrapado -, um projeto arquitetónico entregue sem concurso público, da responsabilidade de uma empresa sob investigação, com um passivo de 700 milhões. Nas obras, não participou significativamente qualquer empresa da região. O descontrolo orçamental, o impedimento à participação da comunidade escolar na decisão das melhores soluções funcionais, a ausência de planeamento escolar local e regional participados, são marca da governação PS, que, apregoando a defesa da escola pública, favoreceu os negócios das empreitadas cegas.
Decorrem agora as obras na Tomás Cabreira, realizadas pela mesma empresa, segundo o mesmo modelo.