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Testemunho aprovado na reunião de Faro

 

“No próximo dia 11 de Fevereiro irá a referendo a despenalização do aborto através da seguinte pergunta:

“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

Nós respondemos: Sim!

 

“Iremos votar sim porque acreditamos que a mulher tem o direito de decidir sobre o seu corpo e não quaisquer outros por ela, seja o Estado, os partidos, a igreja católica ou outras igrejas.

 

Porque é uma hipocrisia dizer que o aborto é um homicídio. 

As forças que defendem o Não são hipócritas sempre que se mostram muito interessadas em defender a Vida quando se refere ao ventre da mulher, mas alheiam-se ou, como os seus patrocinadores, recusam fornecer pão e emprego quando a vida é já um ser humano, criança, jovem ou adulto.

 

Milhares de mulheres são humilhadas, são perseguidas, por cometerem abortos na clandestinidade, pondo a saúde em risco, sofrendo ferimentos físicos e morais, tantas vezes para o resto da vida. Forçadas a essa situação apenas pela confusão de muitos e pelo fanatismo de alguns, que são poucos mas têm o poder. O poder do dinheiro sujo, do fundamentalismo religioso, do atraso humano.

 

O aborto não é crime porque a mulher deve ser livre de decidir o que fazer com o seu próprio corpo, quando e como quer ter um filho, sem ter de ser perseguida ou empurrada para a vergonha.

 

Ser a favor da despenalização do aborto não é ser contra a Vida, muito pelo contrário. No Bloco defendemos a Vida. Em especial a humana. Mas quando esta vem ao mundo deve nascer com igualdade de direitos e oportunidades, livre de quaisquer preconceitos, num mundo com justas condições sociais. É a actual situação do mundo que impede e mata tantas novas Vidas e força a realização de tantos abortos.

 

A actual lei do aborto é errada e representa uma muralha na nossa mente que nos impede de evoluir como sociedade e como nação. Abolir a actual lei é um passo em frente para melhorarmos o mundo.

 

A vitória do sim no referendo não implica que todas tenham que fazer abortos. Tal ideia é absurda. Significa apenas que todas as mulheres terão o direito de o fazer, nas novas condições da lei. Só o farão aquelas que, em última instância, quiserem. Porque nenhuma mulher aborta por gosto!

 

Pensam muitas pessoas que afastando-se das políticas não serão afectadas por elas. Mas acontece o oposto. Quando nos afastamos é que as políticas mais se viram contra nós.

Com a data do referendo a aproximar-se vamo-nos virar para esta política, formar opinião, e no dia 11 de Fevereiro, vamos votar Sim.

QUEM NÃO FOR VOTAR

DO RESULTADO NÃO SE PODE QUEIXAR!”