Portugal vive nestes dias uma situação absurda: com o país a afundar-se na dívida, no desemprego e no empobrecimento geral provocados pelo governo, PSD e CDS brincam à política a ver qual dos dois perde menos aos olhos do povo. O presidente é um verbo de encher enterrando-se cada vez mais no caixão do governo moribundo.
No momento em que divulgamos este comunicado, todas as saídas políticas são possíveis: a desgraça de quererem arrastar mais uns meses este governo, remodelado ou não, a tentativa de um chamado governo de salvação nacional, ou ainda a convocação de eleições antecipadas.
O Bloco de Esquerda de Faro junta a sua voz ao clamor das centenas de milhar de cidadãos que, desde as enormes manifestações do ano passado e deste ano até à última Greve Geral, têm reclamado a demissão do governo e exigem eleições já!
As próximas eleições autárquicas vão realizar-se num período de excepção política e social. Não estamos na relativa estabilidade política de há 4 anos, nem sequer na situação económica e social que então já era tão difícil e má para a maioria da população.
O município farense sofre também o mesmo agravamento do desemprego, do empobrecimento, até situações de extrema dificuldade e exclusão social. Para uma situação excepcional exigem-se propostas e programas autárquicos de excepção e não as propostas e medidas da alternância política do costume que levaram a autarquia ao actual descalabro e estrangulamento financeiro.
O Bloco de Esquerda de Faro está preparando as suas listas de candidatos aos vários órgãos autárquicos do concelho e respectivo programa eleitoral, procurando abrir a candidatura a todos os cidadãos sem partido que comunguem dos mesmos anseios de mudança. A sua apresentação pública ocorrerá durante o mês de Julho.
O programa porá à consideração e ao voto dos munícipes e eleitores propostas para responder às situações de emergência social; propostas para a recuperação habitacional e do património em oposição à sempre eterna especulação imobiliária, agora em crise, mas responsável pelo caos urbanístico no concelho; propostas de apoio às actividades locais agrícolas e do mar, contra o domínio das grandes superfícies; propostas de defesa do ambiente e de um turismo de natureza, pelo alargamento dos espaços verdes e pelo usufruto democrático da Ria Formosa; propostas para o saneamento financeiro da autarquia, por mais poderes para as freguesias e contra a sua extinção abusiva, por um poder efectivo da Assembleia Municipal que a dignifique perante os cidadãos farenses.
O Bloco de Faro sabe que algumas das suas propostas só serão plenamente viáveis com um outro governo e outro parlamento opostos aos actuais, mas muitas outras propostas são possíveis até com pequenas verbas disponíveis. Mas, para umas e outras propostas se tornarem realidade, é indispensável uma muito maior e mais intensa participação dos munícipes farenses, com ou sem partido, em primeiro lugar os jovens, na vida e nos problemas do concelho. Fazerem ouvir e imporem a sua vontade sejam quais forem as forças partidárias que fiquem no comando do poder local.
03/07/13
A Comissão Coordenadora Concelhia do BE/Faro