O ataque mortal de Israel à Frota de barcos humanitários que iam em direcção a Gaza chocou o mundo.
Centenas de activistas internacionais de mais de 60 nacionalidades (incluíam-se deputados dos parlamentos alemão e irlandês, uma activista irlandesa vencedora de um prémio Nobel da Paz, um judeu sobrevivente do holocausto nazi e dezenas de jornalistas) participaram na Frota de ajuda humanitária.
Num assalto sem piedade foram assassinados mais de dez cidadãos, feridos várias dezenas e capturados os restantes que, depois de vários dias de interrogatórios, estão a ser reencaminhados para os seus países.
A Frota da Liberdade não teria razão de existir se não fosse o bloqueio desumano que Israel impõe sobre a Faixa de Gaza desde 2007. Bens tão elementares como comida enlatada, material escolar ou electrodomésticos não são sequer admitidos nas escassas importações, que a um ritmo de conta-gotas, Israel permite entrar no território. O mesmo está a acontecer com as dezenas de toneladas apreendidas à Frota da Liberdade.
As Nações Unidas, a União Europeia e quase todos os outros governos e organizações internacionais têm pedido a Israel para acabar com o bloqueio, e agora a ONU convocou uma investigação sobre o ataque à Frota. Mas sem a pressão maciça dos cidadãos, os líderes mundiais vão limitar sua resposta a meras palavras – como já fizeram tantas vezes no passado.
Exige-se que Israel respeite as resoluções e os pedidos reiterados da comunidade internacional para acabar com o bloqueio desumano e as práticas inaceitáveis em Gaza.
O bloqueio de Gaza é uma violação do artigo 33 º das Convenções de Genebra que proíbe a punição colectiva.
Como cidadãos de consciência, pedimos ao governo português para:
• Condenar firmemente o massacre da Frota da Liberdade;
• Pedir uma investigação independente e imediata sobre o ataque do exército de Israel à Frota, responsabilizando os culpados;
• Exigir o fim imediato do bloqueio à Faixa de Gaza por parte de Israel;
• Participar na campanha internacional de boicote económico, cultural e académico a Israel.
Os cidadãos reunidos em concentração pelo Fim do Cerco a Gaza.
Faro, 7 de Junho de 2010
Esta Moção será entregue ao Governo Civil de Faro e enviada aos órgãos de comunicação social.