Três semanas depois dos primeiros bombardeamentos, o massacre de Gaza continua.
Morreram até hoje quase 900 palestinianos, centenas de mulheres e centenas de crianças, mais de 3600 feridos.
Gaza está a ser arrasada. Casas, praças e mercados destruídos, escolas e Universidade, abrigos e hospitais, tudo bombardeado, sem luz e sem meios para a assistência médica tão necessária. A comida escasseia, não há combustíveis, nem medicamentos.
A vida continua porque ainda estão vivos. Três horas por dia de intervalo e nem mesmo assim as bombas param de cair.
Esta é a realidade de um conflito desumanamente desigual.
Sejam quais forem os argumentos e as desculpas, tenha culpa quem tiver, não há nenhuma razão para a invasão continuar. Quem o diz são as ONGs que, no terreno, prestam ajuda humanitária. Quem o diz é o próprio representante da ONU.
Sem necessidade de outras condições, movidos pelo comum sentimento de compaixão pelos inocentes e na defesa dos Direitos Humanos, os membros da Assembleia Municipal de Faro, reunidos em sessão extraordinária, no dia 12 de Janeiro de 2009, apelam ao fim da invasão de Gaza e à retirada das tropas israelitas.
Todo o tempo em que o massacre continua é a Humanidade que se condena a si mesma.
Apelam ao governo português para que, sem subterfúgios paralizadores da paz, interceda junto da União Europeia e das Nações Unidas.
Apelam ao respeito pelas suas resoluções para que seja possível a negociação pacífica, antes da paz dos cemitérios. Para que ainda seja possível encontrar uma solução que venha a garantir a tranquilidade ao povo de Israel e, ao povo palestiniano, um estado livre e independente, nas fronteiras já definidas pela ONU.
12/01/09
O representante do Bloco de Esquerda de Faro
Dada a gravidade e a urgência da situação, além da Comunicação Social, esta Moção será enviada aos Grupos Parlamentares, ao Governo e à Presidência da República.